Sendo a árvore da vida um sistema harmonioso, equilibrado, dedutivo, lógico e esteticamente belo, os seus caminhos terão que forçosamente possuir também esses mesmos atributos.

sábado, janeiro 06, 2007

A Pirâmide - Um Arquétipo Perfeito

4. - A Pirâmide – Um Arquétipo Perfeito

4. 01 - A Unidade e a Dualidade

Se observarmos com “olhos de ver” uma pirâmide, podemos observar logo à partida que existe um vértice (A)e uma base (B); o vértice (número UM) que aponta para cima assenta em baixo numa base quadrada (número Quatro). Daqui poderemos concluir que o que está em cima está ligado ao Criador, à origem, e o que está em baixo está ligado à criação ou materialidade. Por outro lado o vértice está exposto à luz e a base está oculta pelas quatro faces o que a mergulha na escuridão.
Reflectindo sobre as palavras escritas em itálico verificamos que se encontra aqui expressa uma alegoria à dualidade ou à Lei dos Opostos : a Luz existe porque existem também as trevas; o que está em cima não existiria se não existisse o de baixo; não é possível conceber um vértice se não existir uma base.
Poder-se-ia continuar este exercício com todas as palavras como por exemplo: doce/amargo, alto/baixo, bonito/feio, positivo/negativo. São os antónimos ou os contrários conforme aprendemos nos bancos de nossas escolas.
Este é o sistema binário é a dualidade. As duas faces da moeda não se contrariam, complementam-se. Um conceito não existiria sem o outro
Mais palavras para reflexão:
Masculino/Feminino, Homem/Mulher, Branco/preto, Cara/Coroa, Par/Impar, etc...
Destes últimos exemplos podemos também concluir que no conceito de dualidade se incluem não só os opostos, como noções que são consideradas complementares.
O Dois ou Dualidade tem que existir, pois sem ele não seria possível entendermos seja que ideia for. Sem ele não seria possível o pensamento. Não é possível conceber a ideia de uma recta se pelo menos não referenciarmos dois pontos, não obstante sabermos também que uma recta resulta de um somatório de inúmeros pontos. Por outro lado o sistema binário permite-nos estabelecer a relação de medida porque existem sempre dois sistemas de referência


Óptimo-----Bom-----Razoável-----Mau-----Péssimo

Fig. 1. - Uma escala só é possível graças ao principio da Dualidade ( em cima)
È da Unidade que se gera a dualidade e a triplicidade. A triplicidade não seria possível sem a dualidade. A triplicidade gera a seguir nova Unidade Tríplice (em baixo).




4. 02 - O Sistema Ternário

Continuando a observar a pirâmide concentremo-nos sobre uma das suas faces, por exemplo a que observamos na figura e que forma um triângulo delimitado pelas letras A, C e D.
Da Unidade ( A) irradiam duas rectas AC e AD que por sua vez se concretizam ou materializam numa terceira recta CD ligada à Terra, ou linha do horizonte se preferirem.
“O Espírito ou Energia vem do alto e mercê da dualidade também por si criada e que fundamenta a perfeita medida, concretiza-se e a assenta sua base nesta terra, também produto da mesma criação. É o mundo da forma mas ainda em duas dimensões.”
Com esta operação definiu-se e concretizou-se ainda mais o principio da dualidade. Separou-se o que está em cima do que está em baixo. É o Zénite e o Nádir. È a ponta da seta que aponta a direcção.
O Três é a Vontade de conciliar os opostos de criar a Harmonia. É, resumindo o princípio da Trindade existente em todas as religiões.

4. 03 - O Sistema Quaternário

O Sistema ternário, para melhor ser entendido pelo homem e para que este possa também evoluir, precisa de mais pontos de referencia . Para o seu entendimento não lhe bastam as noções de cima e de baixo. Precisa ainda das noções: o que está à frente e o que está atrás, o que está à direita e o que está à esquerda. Os quatro pontos cardeais, os quatro elementos. Enfim precisa saber situar-se no espaço e no tempo.
É esta a razão porque o triângulo se distribui harmoniosamente à volta do quadrado, sem nunca abandonar o seu único ponto de origem. Desta forma podemos observar quatro triângulos – ACD, ADE, AEF e AFC.
Se analisarmos o sólido sob uma óptica bidimensional notaremos que existem cinco figuras geométricas, ou seja, quatro triângulos e um quadrado (fig. 2). Sob a óptica tridimensional observamos quatro faces triangulares sobre uma base quadrangular.
Se imaginarmos que as arestas da pirâmide se prolongam indefinidamente pelo espaço sem se deterem no quadrado teremos um cone virtual, acreditando no que a ciência contemporânea nos diz, ao postular que o espaço é curvo (fig. 2).
.O quadrado na pirâmide lembra ao homem que o espaço (a base), que para ele foi formado para a sua experiência terrena é constituído por quatro elementos: o fogo, a água, o ar e a terra, e que estes mesmos elementos se integram também na sua própria constituição.
O seu desafio é que aprenda a equilibrar o uso que faz desses elementos interiores com os elementos do exterior. A harmonia é conseguida primeiro com o equilíbrio interno, e só depois disto será possível contribuir para um maior equilíbrio externo. Não se poderá esquecer também que em cada um dos elementos existe uma triplicidade que deverá igualmente estar em harmonia e a ser respeitada.

Fig.2. - A Pirâmide decomposta linearmente ( à esquerda). O prolongamento da pirâmide de que resulta um cone. A base é um círculo que simboliza o tempo (à direita).